terça-feira, 28 de agosto de 2012

Eu, arquiteto da Informação

Título: Eu, arquiteto da Informação:
O objetivo deste post é apresentar uma atividade para a Educação a Distância. Essa atividade deve ser concebida para um material didático impresso.
Aluno: Alexandre Diniz – Turma 51

Corpo da mensagem:



Trecho 1: Galã e artilheiro, ídolo egocêntrico, Heleno deu vários azares na vida. Quando estava no auge da sua carreira, entre 1940 e 1947, a Segunda Guerra impediu a realização de duas Copas do Mundo, em 1942 e 1946, que teriam representado a sua consagração. Já na desastrosa Copa de 1950, a fama de encrenqueiro e a não tão boa forma – além da antipatia do técnico Flavio Costa – barraram sua convocação. No Botafogo, clube que defendeu com obsessão por tantos anos, fazendo 204 gols em 234 jogos com a camisa alvinegra, nunca foi campeão – só o foi pelo Vasco da Gama, em 1949.

Trecho 2: Na Argentina e na Colômbia, sua passagem pelo Boca Juniors e pelo Atletico Junior foi marcada por uma longa série derrotas formidáveis, a ponto de ele merecer uma crônica do então jovem jornalista Gabriel García Márquez, que escreveu:

“Tenho o costume – e isso pode ser uma das formas da inclinação pelo esporte – de observar, nas tardes dos domingos, o rosto daqueles que deixam o estádio. A tarde em que o dr. De Freitas apresentou-se pela primeira vez, é muito possível que, se ele tivesse a capacidade de entender certas interjeições castelhanas, teria regressado ao Brasil no primeiro avião. O tempo passou e no domingo seguinte, depois de treinar incansavelmente com os companheiros de seu time, o dr. De Freitas deve ter chegado à conclusão de que, mais do que tais práticas esportivas, lhe seria melhor uma prática metódica e consciente da gramática castelhana. Foi assim que pôde realizar bem melhor sua segunda apresentação, mostrando-se já capaz de compreender que a gritaria vinda das tribunas não era de aprovação, mas de descontentamento. E já em sua nova apresentação em Barranquilla, de volta de Cáli, o dr. De Freitas mostrava-se capaz de conjugar perfeitamente os tempos simples do verbo “fazer”. “Farei milagres”, declarou à imprensa, ao dar-se conta de que o público queria exatamente isso. Que fizesse milagres. E, segundo me contam alguns que estiveram nesse dia no Estádio Municipal, o que o brasileiro fez foi uma milagrosa atuação. Praticamente, disseram, o dr. De Freitas – que deve ser um bom advogado – redigiu nesta tarde, com os pés, memoriais e sentenças judiciais não apenas em português e espanhol alternadamente, mas também citações de Justiniano no mais puro latim clássico."

Agora ninguém mais discute que abril foi o mês definitivo para o dr. De Freitas, e isso porque ele aprendeu a traduzir para o espanhol toda essa gíria esportiva que tanto prestígio lhe deu em seu país de origem. Como diz um grande contista nosso: “O importante é a gramática.”

TRECHOS UTILIZADOS PARA DESDOBRAMENTO: FORA E DENTRO DO CONTEÚDO:

Trecho 1: Caixa de dicionário: Desdobramento para dentro do conteúdo

“...Galã e artilheiro, ídolo egocêntrico”. Imagine que tais substantivos e adjetivos também podem servir para outras personalidades públicas de outras décadas passadas e até a atual.

Galã: subst m galã [gɐ'lɐ̃]

1 actor principal com boa aparência física: o galã do filme

2 homem sedutor: Ele corteja as mulheres. É um galã.

Ídolo: subst m ídolo ['idulu]

1 imagem de divindade que se adora: adorar ídolos

2 pessoa ou coisa que se admira: Aquele cantor é o meu ídolo.

Egocêntrico: adj egocêntrico, egocêntrica [ego'sẽtriku, ego'sẽtrikɐ]
1 que se considera o centro do mundo




Trecho 2: Caixa de conexão com outras mídias:

A relação entre o mundo real e o ficcionário é uma das características do texto literário. Assim como no filme, o escritor literário toma como inspiração um elemento da realidade para adentrar ao mundo da ficção. Para isso, devemos entender o texto literário como aquele que apresenta a estrutura da arte literária, verso ou prosa e recriando a realidade pela visão do autor, através de suas sentenças poéticas.

Auxílio Multimídia:


Há um momento do filme Heleno – O príncipe maldito em que o enfermeiro que cuida do craque em seus últimos dias, no sanatório em Barbacena, confessa nunca tê-lo visto jogar. Numa época em que não havia televisão, mesmo para seus contemporâneos, o ídolo do Botafogo – e precursor dos craques-problema de hoje – foi mais um mito que uma realidade. E a passagem dos anos tende a apagar a linha que separa realidade e mito.


Auxílio mídia impressa:

Nesse sentido, qualquer esforço para se recontar a história de Heleno tem que lidar com o desafio de recriar, mais que meramente reconstituir, a trajetória de um homem que foi muito mais que um jogador de futebol, ao contrário do que diz um personagem do filme (Lá vai o homem que esqueceu que era apenas um jogador de futebol”). É este desafio que enfrentam o cineasta José Henrique Fonseca e também o jornalista Marcos Eduardo Neves.

Referências:
MARQUEZ. Gabriel Garcia, O doutor De Freitas. Crônica extraída do livro Obra jornalística - Vol. 1 - Textos caribenhos, Editora Record, 2006, pgs. 238 e 239.

NEVES. Marcos Eduardo, Nunca houve um homem como Heleno – Biográfia, Editora Zahar, 2006, 328 pgs.

Referências de sites acessados:

G1 Disponível em: http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2012/03/31/livro-e-filme-decifram-heleno-estrela-mais-que-solitaria/ acessado em 19/08/2012

Blog Literatura de Arquibancada. Disponível em: http://www.literaturanaarquibancada.com/2011/10/gabriel-garcia-marquez-e-o-futebol.html acessado em 19/08/2012

Nenhum comentário: